[ RESENHA ] Memórias de Uma Gueixa
Escritor: Arthur Golden
Lançamento: 27/09/1997
Título Original: Memoirs of A Geisha
Sinopse: Chiyo foi vendida a uma casa de gueixas quando ainda era menina, em 1929, onde é maltratada pelos donos e por Hatsumomo, uma gueixa que tem inveja de sua beleza. Acolhida por Mameha, a principal rival de Hatsumomo, Chiyo ao crescer se torna a gueixa Sayuri. Reconhecida, ela passa a desfrutar de uma sociedade repleta de riquezas e privilégios até que a 2ª Guerra Mundial modifica radicalmente sua realidade no Japão.
Sempre fui apaixonada pelo filme e tentei ler a primeira vez em 2005, logo depois do lançamento do filme, parando ainda no começo acabei desistindo e dando o livro. Depois ganhei essa edição que tenho em 2014, mas outra vez parei a leitura na metade. Finalmente agora em 2020 consegui recomeçar e terminar a leitura. Fiquei me perguntando porque demorei tanto tempo pra me perder nessas páginas e mergulhar nos olhos de Chiyo! É um livro denso, não dá pra negar. A riqueza de detalhes e relatos históricos com parágrafos longos e capítulos extensos tornam a leitura difícil para aqueles que têm pouco tempo ou não podem dedicar tanta atenção.
Acompanhar o crescimento e evolução da Chiyo, toda a revolta pela situação em que crescia, o fato de ter sido vendida e todas as desgraças e desavenças que acontecem em sua vida é difícil! Fiquei impaciente e tentando entender como tanta desgraça podia acontecer com uma alma tão inocente! Quando começava a achar que as coisas finalmente iam se acertar, surpresa! A Hatsumomo aprontava alguma coisa e lá se vai a Chiyo ladeira abaixo ou a vida simplesmente não era justa e aparecia mais um problema.
É fácil pegar amor ou ódio pelos figurantes. A Gueixa Hatsumomo é uma boa vilã, consegue projetar ódio assim que surge com a expressão entojada e agindo como se fosse a melhor gueixa de Gion! Os personagens são descritos com tanta minucia que é fácil conseguir visualizar todos as as suas peculiaridade, particularidades dos cenários e até mesmo das estampas dos quimonos! Claro que depois de assistir o filme acabamos lendo com uma percepção mais sólida entre as semelhanças do livro x filme.
O escritor não economiza nos pormenores e aprendemos vários fatos tanto sobre a vida de uma Gueixa quanto dos acontecimentos que se passaram no Japão antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. Vários termos em japonês são inseridos no contexto, mas amplamente explicados e traduzido de forma que fique claro seu significado. Dança, música e canto são apenas alguns dos talentos que as mulheres aprendem desde cedo e exibem durante todo o tempo em que praticarem o ofício. As complicadas cerimônias para servir chás, forma correta de andar, de vestir, conversar e até mesmo de olhar é apenas uma parte do complicado aprendizado da vida das Gueixas. Somos transportados para uma época de mesuras e galanteios, onde uma Gueixa deixa de ser apenas uma mulher e se torna uma artista completa!
Não tem como não se encantar com a força e perseverança de Sayuri (o nome de Gueixa da Chiyo) em busca do seu amor! É de aquecer o coração, mas nem tudo são flores. O amor verdadeiro é raro para Gueixas e até mesmo o final feliz, não é tão feliz assim. O filme acaba na revelação do amor avassalador com um lindo beijo e um cenário sensacional, já o livro vai bem mais além. Mostra como foi a vida de Sayuri com o seu Danna (é basicamente um bem feitor e amante), como a cidade de Gion se reergueu e claro, suas viagens e aprendizados!
É realmente um livro pra te transportar pra outro lugar e se deixar perder entre as páginas.
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