Sobre o vendaval...
Moço, agora é tarde. Você veio com força e ao chegar com todo seu vendaval derrubou minhas muralhas e tirou a poeira do meu castelo. Agradeço-te por isso, todos merecemos uma faxina na alma de vez em quando. Permiti que entrasse pelas frestas e você veio de vagar, como quem não quer nada. Deixei que conhecesse os cômodos, que se esbanjasse no meu infinito particular, se deleitasse da minha segurança e subjugasse minha estabilidade.
Mas se tua escolha foi me bagunçar inteira e desaparecer, quem sou eu para lutar contra? Aprendi a duras penas que o vento não pode ser contido e te vi se esvair por entre meus dedos. Que você pode trazer o caos, mas também a calmaria se assim desejar e eu desejei a calmaria. Aquela que sentia quando estava nos seus braços e sugava seu cheiro a cada suspiro. Pena que não foi assim. Eu meio que esperava que você ficasse, eu queria saber se esse sentimento era recíproco, mas você não deu tempo para isso e partiu. Talvez você esteja muito ocupado sendo vendaval para conseguir ser calmaria.
Contigo virei furacão, inconsequente e revolto. Virei fogo, intenso e perigoso. Para em seguida ser transformada em nada. Me tornei uma página virada, um relevo no caminho, a poeira batida daquele seu tênis preto que combina com o meu azul de cano alto. Dentro das minhas paredes ainda ecoa a sua voz, ainda vejo tua silhueta na janela, ainda lembro da nossa silhueta na janela.
Em nossos finitos me perguntava se você era meu e bem, dizem que alguns finitos são maiores que outros e o nosso fim, por fim, chegou ao fim. As bochechas ainda ficarão coradas com algumas lembranças e não terei mais medo de mudar. Ergui novamente as muralhas e continuarei terra e terra fértil. Se me cuidares, brotarei vida; Se em mim brotares, crescerá amor... Mas não mais ficarei parada. Aprendi a me movimentar e a relevar para talvez, ser relevante.
Mas se tua escolha foi me bagunçar inteira e desaparecer, quem sou eu para lutar contra? Aprendi a duras penas que o vento não pode ser contido e te vi se esvair por entre meus dedos. Que você pode trazer o caos, mas também a calmaria se assim desejar e eu desejei a calmaria. Aquela que sentia quando estava nos seus braços e sugava seu cheiro a cada suspiro. Pena que não foi assim. Eu meio que esperava que você ficasse, eu queria saber se esse sentimento era recíproco, mas você não deu tempo para isso e partiu. Talvez você esteja muito ocupado sendo vendaval para conseguir ser calmaria.
Contigo virei furacão, inconsequente e revolto. Virei fogo, intenso e perigoso. Para em seguida ser transformada em nada. Me tornei uma página virada, um relevo no caminho, a poeira batida daquele seu tênis preto que combina com o meu azul de cano alto. Dentro das minhas paredes ainda ecoa a sua voz, ainda vejo tua silhueta na janela, ainda lembro da nossa silhueta na janela.
Em nossos finitos me perguntava se você era meu e bem, dizem que alguns finitos são maiores que outros e o nosso fim, por fim, chegou ao fim. As bochechas ainda ficarão coradas com algumas lembranças e não terei mais medo de mudar. Ergui novamente as muralhas e continuarei terra e terra fértil. Se me cuidares, brotarei vida; Se em mim brotares, crescerá amor... Mas não mais ficarei parada. Aprendi a me movimentar e a relevar para talvez, ser relevante.
*-*
ResponderExcluirIsso! Escreve... Escreve e não pare de escrever!
ResponderExcluir"Custava arrumar teu quarto um pouquinho? Os dedos não caem, sabia?" ;)
Há pessoas que entram em nossa vida e nos transforma de tal forma que nossa forma se reforma e nosso casulo se adapta à outras formas de ver a vida. Estou sendo um mero expectador do seu relato e sei como é isso. Parabéns por passar seus sentimentos dessa maneira, torná-lo público. Saudações.
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