[ CRÍTICA ] Felicidade por um fio


Ficha Técnica:
Título Original: Nappily Ever After
Título no Brasil: Felicidade por um fio
Ano: 2018
Direção: Haifaa al-Mansour
Duração: 1h38min
Indicação: 16 anos
Nacionalidade: EUA
Gênero: Romance/Comédia Romântica
Nota pro filme: 6 Limões
Nota pro enredo: 10 Limões
Tem na Netflix: Sim

Vocês já devem ter visto demais esse filme por aí. Muitas resenhas, muitos vídeos e afins, mas era algo que eu precisava trazer aqui pro blog. Antes de um filme, Felicidade por um Fio é resistência, é acreditar em você, é ser você mesmo, é autoestima e é amor próprio.
Violet Jones (Sanaa Lathan) é uma publicitária bem-sucedida que considera sua vida perfeita, tendo um ótimo namorado e uma rotina organizada meticulosamente para conseguir estar sempre impecável. Após uma enorme desilusão, ela resolve repaginar o visual e o caminho de aceitação de seu cabelo está intrinsecamente ligado à sua reformulação como mulher, superando traumas que vêm desde a infância e pela primeira vez se colocando acima da opinião alheia.
Nada do que eu vou falar aqui é novidade nem spoiler, está tudo no trailer, ok? Dito isso, vamos lá. Apesar de não sair do clichê de comédia romântica e toda a proposta do gênero, o filme ainda tem seus bons momentos como tal. Tem os momentos de apresentação dos personagens, o momento que mostra a mocinha, mostra o mocinho, mostra os dois juntos, o ápice quando tem a decepção por uma das partes e depois a reviravolta com final feliz. Zero novidades nesse meio.

Mesmo não sendo algo novo, já vimos em novela e em filmes como V de Vingança cenas de mulheres raspando a cabeça. Ainda assim a cena é de tirar o fôlego e a cada tufo de cabelo que cai, a cada lágrima da protagonista você sente junto com ela. A atuação da Sanaa Lathan é impecável do começo ao fim.


Quantas mulheres não se preocupam como vão estar quando acordar? Quem nunca acordou primeiro e deu aquela tirada nas remelas, arrumou o cabelo e conferiu o bafo que atire a primeira pedra! A maioria já fez isso pelo menos uma vez, o problema é quando você transforma sua "perfeição" em rotina. O cabelo sempre impecável, as roupas sempre impecáveis, tom de voz, comportamento, jeito de falar e agir. Você se enquadra em todos os padrões possíveis e imagináveis para agradar aos outros e acha que é feliz assim. Isso é o que a Violet acha. Até que a sua perfeição passa a ser o seu maior problema.

Eu posso ter toda empatia do mundo, mas não tenho cacife pra falar nas dificuldade que uma mulher negra passa por causa do seu cabelo. Então não vou me estender muito nesse aspecto. O meu é cacheado, passei por uma coisa ou outra, mas não chega nem aos pés da luta diária delas. O cabelo crespo sempre foi visto como "ruim", bombril e apelidos maldosos por aí a fora. O pior de tudo, pra mim, é quando classificam como cabelo ruim o cabelo crespo e bom o cabelo liso. E esse é o real foco principal do filme.

O cabelo da Violet era praticamente um segundo trabalho desde a sua infância. Rotinas impecáveis de cuidado para mantê-lo liso e no lugar, chegando ao ponto de não deixar o namorado passar a mão e de esquecer quem ela realmente é. Ela só realmente entende quem é e do que gosta quando no meio de uma bebedeira e com uma maquina de barbear na mão, corta fora o mal pela raiz. Perdão pelo trocadilho...


É então nesse momento que ela e descobre e redescobre sua vida. É quando ela começa a enfrentar outras lutas, tanto externas quanto internas. Como se aceitar desse jeito? Como aceitar os novos olhares? Como se amar? Acredite quando eu digo que todas as perguntas são respondidas. É um filme que vale a pena todo mundo assistir pelo menos uma vez. Eu já assisti duas e ele definitivamente entrou na minha lista de filmes de tpm. Notem que pra esse eu dei duas notas, a primeira é pro filme em geral. Não traz nada de novo, então a nota 6, mas pelo enredo e proposta, definitivamente ele ganha um 10.




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