Paz...
Acordar era tão complicado.
Aquela preguiça que forçava o corpo a ficar na cama e a vontade de sair então?
Só fazia as pernas enroscarem de forma automática do lençol. Uma, duas, três
sonecas ativadas do celular depois e não tinha mais tempo a perder. Lembrava de
que dia se tratava e o sorriso iluminava seu rosto. Agora sim tinha um motivo
pra levantar. As pernas desnudas deixavam a mostra os pelos eriçados quando os
pés descalços tocavam o chão. Passos longos e saltitantes até a sala, a mão
tateava embaixo das almofadas do sofá a procura do controle remoto, agora a TV ela
ligada e o dedo realizava os gestos automáticos já colocando as músicas no
pendrive para tocar. Balançava a cabeça no ritmo da música, arriscava até
algumas notas e uns passos, rebolando daquela forma nada sensual, porém
divertida.
Prendia o cabelo em um rabo de cavalo improvisado e colocava-se a preparar o café da manhã e o almoço. Ovos mexidos, panquecas e suco para o café da manhã. Pro almoço, macarronada caprichada no queijo. Sorrisos, passos de dança, assobios e canções. A primeira hora acordada passava assim e logo estava pronta, vestida com a roupa favorita, na fila de espera no terminal de ônibus. Fones de ouvido, óculos escuros e um livro a frente do rosto. Não poderia dar mais sinais de que não queria conversar e que estava feliz dentro do seu mundo.
Sentia um toque no ombro e alguém informava que a fila andava. Erguia as sobrancelhas e quando notava já estava bem acomodada no ônibus e lendo mais algumas páginas do livro. A visão começava a embaçar, era hora de guardar o livro e dedicar sua atenção a música que ressoava em seus ouvidos. Movia os lábios acompanhando a canção e tinha então um dia calmo e tranquilo no trabalho, cheio de sorrisos e demonstrações de estabilidade emocional.Ligações para amigos, sms, tudo nos conformes, tudo correndo de acordo com o plano. Postagens alegres nas redes sociais... Estava tudo bem aos olhos do povo. O dia chegava ao fim, foi até fácil resolver as coisas, deixar tudo calmo. Um sorriso ficava nos lábios durante todo o trajeto de volta. Chegava em casa, sem pressa... Deixava a mochila sobre o sofá e aquele pedaço de papel dobrado logo ao lado. Não levava nada, nem mesmo a chave. Deixava a porta apenas encostada.Os passos eram lentos, sem pressa... Para que pressa afinal?
A caminhada não durava mais do que vinte minutos e lá estavam as ondas quebrando contra os arrecifes, esparramando contra a areia e ali os braços de espuma deslizavam e retornavam ao infinito mar, para realizar os mesmos movimentos novamente, como se a chamasse. Ainda no calçadão retirava o tênis, as meias e deixava ali mesmo sobre a calçada. Que alguém menos afortunado encontrasse e fizesse bom uso. Não precisaria mais para onde estava indo.
A areia estava fria, mas não a incomodava, era gostoso sentir ela passando pelo pé, entre os dedos. O sorriso aumentava e andava até a areia molhada pelas ondas, sentia o primeiro toque da água fria, o corpo arrepiava inteiro. Logo sentia a barra da calça molhando. Não importava, nada mais importava. Canelas molhadas, joelho, coxas... A água logo estava em sua cintura. Deixava as mãos pousadas na superfície revolta, olhava como sua cor destacada contra a água escura. Mais alguns passos e agora mal sentia a areia, começava então a deixar o corpo ser levado pela correnteza leve, seguindo a trilha que a lua cheia desenhava na água. Andava então até onde conseguia.
Fechava os olhos, uma última respirada, um último sorriso. O sal da água lhe enchia a boca, as narinas e ouvidos. Tudo entrava no mais profundo e tranquilo silêncio, os pulmões reclamavam, contorciam-se, ela não se importava. Logo teria fim. Soltava um grito libertador, acompanhava elas subirem até a superfície enquanto seu corpo afundava cada vez mais, até não conseguir sentir apenas a paz.
Prendia o cabelo em um rabo de cavalo improvisado e colocava-se a preparar o café da manhã e o almoço. Ovos mexidos, panquecas e suco para o café da manhã. Pro almoço, macarronada caprichada no queijo. Sorrisos, passos de dança, assobios e canções. A primeira hora acordada passava assim e logo estava pronta, vestida com a roupa favorita, na fila de espera no terminal de ônibus. Fones de ouvido, óculos escuros e um livro a frente do rosto. Não poderia dar mais sinais de que não queria conversar e que estava feliz dentro do seu mundo.
Sentia um toque no ombro e alguém informava que a fila andava. Erguia as sobrancelhas e quando notava já estava bem acomodada no ônibus e lendo mais algumas páginas do livro. A visão começava a embaçar, era hora de guardar o livro e dedicar sua atenção a música que ressoava em seus ouvidos. Movia os lábios acompanhando a canção e tinha então um dia calmo e tranquilo no trabalho, cheio de sorrisos e demonstrações de estabilidade emocional.Ligações para amigos, sms, tudo nos conformes, tudo correndo de acordo com o plano. Postagens alegres nas redes sociais... Estava tudo bem aos olhos do povo. O dia chegava ao fim, foi até fácil resolver as coisas, deixar tudo calmo. Um sorriso ficava nos lábios durante todo o trajeto de volta. Chegava em casa, sem pressa... Deixava a mochila sobre o sofá e aquele pedaço de papel dobrado logo ao lado. Não levava nada, nem mesmo a chave. Deixava a porta apenas encostada.Os passos eram lentos, sem pressa... Para que pressa afinal?
A caminhada não durava mais do que vinte minutos e lá estavam as ondas quebrando contra os arrecifes, esparramando contra a areia e ali os braços de espuma deslizavam e retornavam ao infinito mar, para realizar os mesmos movimentos novamente, como se a chamasse. Ainda no calçadão retirava o tênis, as meias e deixava ali mesmo sobre a calçada. Que alguém menos afortunado encontrasse e fizesse bom uso. Não precisaria mais para onde estava indo.
A areia estava fria, mas não a incomodava, era gostoso sentir ela passando pelo pé, entre os dedos. O sorriso aumentava e andava até a areia molhada pelas ondas, sentia o primeiro toque da água fria, o corpo arrepiava inteiro. Logo sentia a barra da calça molhando. Não importava, nada mais importava. Canelas molhadas, joelho, coxas... A água logo estava em sua cintura. Deixava as mãos pousadas na superfície revolta, olhava como sua cor destacada contra a água escura. Mais alguns passos e agora mal sentia a areia, começava então a deixar o corpo ser levado pela correnteza leve, seguindo a trilha que a lua cheia desenhava na água. Andava então até onde conseguia.
Fechava os olhos, uma última respirada, um último sorriso. O sal da água lhe enchia a boca, as narinas e ouvidos. Tudo entrava no mais profundo e tranquilo silêncio, os pulmões reclamavam, contorciam-se, ela não se importava. Logo teria fim. Soltava um grito libertador, acompanhava elas subirem até a superfície enquanto seu corpo afundava cada vez mais, até não conseguir sentir apenas a paz.
lindo, espero que esteja tudo bem, torço sempre por vc, mesmo de longe, tenho mt orgulho da mulher que tornou. sucesso sempre. ^^
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