"...Nunca mais plateia no Municipal..." O som dos saltos sobre os paralelepípedos da rua era a companhia da noite. De vez em quando um cachorro latia em algum lugar como se lhes fizesse companhia. Os passos tortos surpreendiam pelo equilíbrio ou, por vezes, a falta dele, mas andar na ponta dos pés nunca foi um problema. Saíra da festa antes do horário, madrugada a dentro, sem destino. Na mão ainda carregava uma garrafa de gin, a boca marcada pelo seu batom vermelho. Mais um gole e dava-se conta do fim do precioso líquido, com raiva jogava a garrafa contra a primeira parede que conseguia encontrar na penumbra, quase caíra com o impulso dado, mas retomara a compostura e seguia seu caminho. Música! Conseguia ouvir música e risos ao longe. Uma festa? Será que conseguia entrar. Passava as mãos pelos cabelos volumosos, puxava os seios fartos pra cima e acertava os cantos do batom e em meio a esse gesto olhava através da janela. Era um pub a moda antiga, bancos altos